Sonetos
Sonetos
Amor de primavera Ditoso tempo que passou depressa, em nossa vida de esperança e sonho; nosso romance cheio de promessa, no alvorecer de idílio tão risonho. Tal qual a chama que se agita, expressa, que fere e deixa o coração tristonho; como quem sente afeto e não confessa, sem definir nem mesmo o que proponho. Numa sequência de fada espera, nesse inconstante amor de primavera, nem percebi, de fato, como agora: A beleza sutil quase divina, da flor que nasce quando o sol declina, mas emurchece ao despontar d’aurora. ≈≈ O bosque do Piqueri Todo final de mês quando podemos,mesmo que pouco tempo só nos reste,é com prazer que juntos convivemosno pulmão verde aqui da Zona Leste. Nesta Cidade com perfis extremos o Piqueri de verde se reveste, com o lazer que todos merecemos para que o povo assim se manifeste. É neste espaço que nasce a cultura.A inspiração sincera que perdurasob o verdor das árvores frondosas. E ao percorrer do bosque a dimensão, desprezo a sombra sem pisar o chão onde se espalham flores perfumosas.
Amor de primavera Ditoso tempo que passou depressa, em nossa vida de esperança e sonho; nosso romance cheio de promessa, no alvorecer de idílio tão risonho. Tal qual a chama que se agita, expressa, que fere e deixa o coração tristonho; como quem sente afeto e não confessa, sem definir nem mesmo o que proponho. Numa sequência de fada espera, nesse inconstante amor de primavera, nem percebi, de fato, como agora: A beleza sutil quase divina, da flor que nasce quando o sol declina, mas emurchece ao despontar d’aurora. ≈≈ O bosque do Piqueri Todo final de mês quando podemos,mesmo que pouco tempo só nos reste,é com prazer que juntos convivemosno pulmão verde aqui da Zona Leste. Nesta Cidade com perfis extremos o Piqueri de verde se reveste, com o lazer que todos merecemos para que o povo assim se manifeste. É neste espaço que nasce a cultura.A inspiração sincera que perdurasob o verdor das árvores frondosas. E ao percorrer do bosque a dimensão, desprezo a sombra sem pisar o chão onde se espalham flores perfumosas.
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Sangue de tupi Eu vim dos vales, dos sertões bravios,do pé de serra, dos vaquejadores;singrando mares, percorrendo rios,seguindo a trilha dos desbravadores. Venho dos campos férteis, sem plantios, vim das aldeias sem seus moradores; sou dos guerreiros nunca fugidios, ao defender da Pátria seus valores. Porque sou gente da floresta nata,retrato a força que o pendão retrata,no coração do filho que é daqui. Sem os pedaços que o destino traça, posso dizer com orgulho e com raça: Sou brasileiro — sangue de tupi. ≈≈ Homenagem ao jovem adolescente Papai me disse que eu tenha cuidadoquando sair à noite com alguém;porque este mundo está contaminadode coisas más, que ao jovem não convêm. Eu sigo à risca. Sou bem-educado. Já aprendi coisas que só fazem bem, junto à “galera” que vive ao meu lado, nunca estou só. Não fico sem ninguém. Quero dizer aos “manos” mais “gaiatos”,com quem na escola eu tiro os meus “baratos”,que vou seguir meu rumo diferente. E logo agora que passei direto, sei que sou mesmo o filho predileto... em vez de ser um “cara” “aborrecente”. Fui... ≈≈ Paisagem de minha terra Da velha estrada que corta a chapada,na imensidão dos campos ressequidos,vou contemplando a imagem perfumadados centenários pequizais floridos. Do céu sem nuvem na mata ensombrada, a luz do sol em raios refletidos sazona os frutos do fim da ramada, desabrochando os botões coloridos. A mesma flor que a abelha polinizaquando é chegada a seca que sapeca,abre-se em pétalas mas depois seca. Já o contraste que sensibiliza pela existência cruel da caatinga, é ver nascer uma flor que não vinga.